segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A evolução natural da dívida portuguesa

Como ainda ontem escrevi, já falta pouco para chegarmos aos 150% de divida pública em percentagem do PIB.

Ficam aqui os dados divulgados pelo Eurostat

Entretanto, num ano acrescentaram-se 12 mil milhões à dívida portuguesa.


domingo, 23 de outubro de 2016

O peso da dívida no crescimento

Fazendo cálculos rápidos sobre o crescimento e a evolução do défice constata-se o seguinte:

1) o défice público raramente tem sido inferior a 5 mil milhões desde o ano 2000 como mostra a tabela seguinte


2) o crescimento do PIB em termos nominais raramente tem excedido os 6 mil milhões. Ainda por cima, o crescimento tem sido negativo nalguns anos como mostra a tabela


Se estimarmos o défice público para os próximos anos em 6 mil milhôes (a média dos anos anteriores ficou bem acima disso) seria necessário Portugal crescer sensivelmente 3% ao ano para fazer face ao défice para não aumentar o peso da dívida (estimando uma taxa de juro próxima dos zero).

Como os 3% de crescimento são altamente improváveis, resta controlar o défice para não aumentar o peso da divida para os próximos anos.

Pouco provável, portanto, que a percentagem de dívida em relação ao PIB não aumente nos próximos anos. Caminhamos alegremente para os 150% de dívida em relação ao PIB. Um fardo demasiado pesado para o crescimento.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

A luta dos taxistas, a educação e a saúde...

Qual a semelhança entre os taxistas, as escolas e o SNS? Existe pelo menos uma grande semelhança. Esses serviços, ao contrário daquilo que se possa imaginar não visam assegurar aquilo que a maior parte das pessoas pensa. A falta de concorrência nesses sectores não favorece os clientes. Favorece as corporações.

Quando se olha para a escola pública ou as unidades públicas de saúde e a sua distribuição ao longo do país, percebemos que a maior parte dos cidadãos recorre aos serviços públicos em detrimento do privado. Isto acontece por questões económicas, de resistência à mudança e por falta de recursos privados em muitas zonas.

Mas o problema não reside aqui. O problema reside no facto de que tanto nas escolas públicas como nas unidades de saúde públicas, os trabalhadores terem a garantia de obterem clientes independentemente da qualidade de serviço. Logo que existam pessoas na área deográfica adequada o que está, à partida garantido, têm garantia de ter os seus clientes. Para quê então, trabalhar melhor ou mais depressa?

A manifestação dos taxistas e uma certa revolta pelo comportamento que estes apresentaram no último dia de marcha lenta foram patentes. Esperemos que agora as pessoas se indignem contra o sistema público de saúde e educação que promovem monopólios geográficos (monopólios diferentes dos taxistas, mas monopólios) e favorecem a falta de qualidade desses serviços. Enquanto não puder existir uma verdadeira concorrência entre públicos e privados, resta promover a concorrência entre serviços públicos para garantir que o cliente é o elo mais importante desses serviços.

Liberalizar-se a escolha da escola e das unidades de saúde ao qual o cliente pretende recorrer é o desejável para garantir a qualidade dos respetivos serviços. Para quem defende o contrário, digo-lhe para ir fazer as suas compras no supermercado da sua zona de residência e não ao que ele mais gosta. Compre o carro no stand da sua zona de residência. Nem pense em comprar o carro que quer noutra zona de residência. Compra aquela marca e pronto. Afinal está na sua zona de residência como o hospital ou a escola.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Resistência nos juros a 10 anos

E assim vão os juros a 10 anos


Se partir acima dos 3.50% deverá chegar aos 4% sem dificuldade. Ainda bem que o BCE está no mercado. No caso deste se lembrar de sair, os juros explodem e o país fica novamente à deriva...